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Artesanato Indígena Kaingang e Guarani (A Cultural Material dos Kaingang e Guarani)

Os relatos de viajantes e pesquisadores do passado registraram a riqueza das artes e da cultura material Kaingang.

Fabricavam armas de guerra e de caça, tecidos de fibras de urtiga brava, talas de caraguatá, cestos de taquara de vários tamanhos e formas para fins diversos, enfeites e adornos e utensílios de cerâmica e porongos (cabaças).

Armas

As principais armas de guerra constituíam-se em arcos (uy), flechas (dou) e lanças (urugurú).

As pontas das flechas eram de osso de macaco bugio (gòg) e mico (kajér), mais tarde, passaram a ser de ferro obtido dos brancos.

Os arcos eram feitos de pau d’arco (Tabebuia Chrysantha). Antes da aquisição do ferro, os Kaingang “forjavam o bastão do arco em forma de curva, friccionando-o com pedra arenosa e com lâminas de pedra, e o alisavam com as ásperas folhas de umbaúba (Cecropia sp.)”, aquecendo-o depois contra o fogo e untado com gordura (Métraux, 1949).

As lanças eram guarnecidas com pontas de ferro obtidas junto aos brancos. Alguns arcos mediam de 2.10 a 2,40m, mas podiam chegar a 2,70m.

Cabeças de flechas eram feitas de taquara larga, de varas farpadas, de varas de madeira, apontadas com afiada ponta de osso de macaco ou veado, ou ainda com arrebites de madeira, para pegar passarinhos.

Ainda segundo Métraux, as clavas dos Kaingang no Paraná eram bastões curtos e cilíndricos, recapeados com trançado.

Os índios decoravam as clavas com gravação a fogo e cada adulto masculino possuía um estojo de cestaria.

Já as clavas dos Kaingang no Estado de São Paulo tinham a cabeça abaulada e mediam de 1,50 a 1,80 m.

Horta Barboza também descreveu as armas dos Kaingang esclarecendo que eles usavam arcos de dimensões e forças proporcionadas ao emprego a que se destinassem: os de guerra tinham cerca de dois metros e também serviam para caçar animais de grande porte, como a onça e a anta, e eram tão grossos que a mão mal podia abarcar.

Os destinados a matar macacos e outros animais de menor porte eram muito mais leves, curtos e finos.

A dimensão das flechas não devia exceder a altura da pessoa que as fabricasse para seu uso.

Atualmente, alguns Kaingang fabricam arcos e flechas apenas como enfeites para venderem como souvenir no mercado.

Não fazem mais guerras e, quando caçam – atividade cada vez mais rara – utilizam-se de espingardas.

Instrumentos musicais

Entre os instrumentos musicais dos Kaingang, Borba (1908) cita os seguintes: buzinas de chifre de boi ou taquara (oaquire), flauta de taquara (coqué), maracás (xii; xik-xi), apitos de taquara e outro instrumento de taquara fina encabada em uma cabaça furada nas extremidades (õtõrêrê).

Encontramos quase todos esses instrumentos na Terra Indígena Xapecó-SC durante as cerimônias do kikikoi (ritual dos mortos).

Nas festas profanas atuais, encontramos músicos kaingang que aprenderam a tocar violão, acordeão e até guitarra elétrica.

Há vários grupos musicais que tocam nos bailes e também nas missas e cultos religiosos nas várias igrejas que existem dentro das aldeias kaingang.

Grafismo kaingang

Pesquisas recentes sobre grafismo kaingang realizadas pelo antropólogo Sérgio Baptista dos Santos (2001, NIT-UFRGS) vêm revelando aspectos etnográficos importantes, aqui apresentados de forma sintética.

Os grafismos aparecem em uma grande variedade de suportes, como trançados, tecidos, armas, utensílios de cabaça, cerâmica, troncos de pinheiros, etc. e nos corpos dos Kaingang.

Os trançados revelam formas e grafismos relacionados à cosmologia dualista dos Kaingang, evidenciando a organização simbólica dos mundos social, natural e sobrenatural em metades kamé e kairu.

Téi ou ror são os nomes das marcas (ra) ou grafismos (kong gãr) que identificam, respectivamente, as metades kamé e kairu.

Como regra geral, os grafismos, morfologias e posições/espaços considerados compridos, longos, altos, abertos são denominados téi e representam a metade kamé.

Por outro lado, os grafismos, morfologias e posições/espaços vistos como redondos, quadrangulares, losangulares, baixos, fechados, são chamados de ror e representam a metade kairu.

Alguns grafismos, no entanto, podem apresentar fusão dos padrões téi e ror e são denominados ianhiá (marca misturada) e apareciam nos mantos de urtiga (kurã; kurú) de alguns caciques, nos troncos de pinheiros marcadores dos limites dos territórios de coleta de pinhão de cada grupo local, nas flechas de alguns caciques e ainda nas pinturas corporais.

Os grafismos kaingang também aparecem nas pinturas rupestres e na cerâmica arqueológica Proto-Jê Meridional.

Para Baptista da Silva, a ligação mais fundamental e importante para a percepção deste sistema de representações visuais é aquela que vincula os grafismos da cerâmica arqueológica (reconhecimento Proto-Jê do sul) com os grafismos rupestres do Brasil Meridonal, possibilitando que o conjunto assim formado possa ser comparado com os grafismos históricos das sociedades Jê Meridionais.

Tal comparação é amplamente possível em relação aos Kaingang. Quanto aos Xokleng, ela é parcialmente possível” (Baptista da Silva, 2001:13).

Os Povos Agricultores Ceramistas

Na cerâmica arqueológica Itararéteriam se separado e iniciado a migração em Taquara (Kaingang e Xokleng) usavam os métodos de manufatura pelo modelado, roletado e paleteado.

Pintura Corporal

A pintura corporal estava sempre presente no Kikikoi (culto dos mortos) e caracterizava o subgrupo ou clã ao qual o do indivíduo pertencia.

As pinturas corporais eram pretas, feitas com carvão misturado com mel e água ou com a seiva pegajosa de uma trepadeira.

Algumas pinturas eram feitas através de um carimbo em madeira, inclusive com os colmos de taquara para a metade votor.

Geralmente, a pintura era feita na face do indivíduo, mas também era realizadas em toda a superfície do corpo, e cobertas por penas e plumas.

A pintura está sempre associada aos nomes ou marcas, ror e téj. Ror representa a metade Kairú (Kainhru), baixo-redondo ou grosso-compacto.

Téj representa a metade Kamé, alto-comprido ou fino e difuso. A pintura corporal característica dos Kanhru seriam manchas e, a dos Kamé, listras.

Kanhru representado pela marca de manchas ou pontos é frágil, feminino, ligeiro, simboliza a lua, a noite, a agilidade e leveza.

Kamé é marcado pelas linhas retas ou curvas, representando o sol, que é o símbolo da força e do poder, o dia, o masculino, o feroz.

Artesanato Indígena Kaingang e Guarani

O isolamento em terras indígenas faz com que as tribos complementam a sua sobrevivência através da venda do artesanato nas cidades.

A especialidade dos Kaingang está presente em uma grande variedade de suportes materiais, trançados, como tecidos, e armas.

São marcas visíveis da diferença, uma vez que são parte de um sistema de representações visuais por um tradicional e especifico sistema cultural Kaingang.

Os guaranis vendem muitas miniaturas de animais. Cada animal para o Guarani tem um significado mitológico, ou seja, uma dádiva de deus e, por isso são muito importantes para eles.

Para os guarani, os desenhos feitos nos artesanatos têm dois nomes e significados distintos:

  • YPARÁ: significados mitológicos, simbólicos e sagrados.
  • TA`ANGA: significados físicos e estéticos, ou seja, desenhos comuns.

Os Guarani Mbya, assim como outros povos, valorizam e dão grande importância às relações simbólicas de seus objetos.

Utilizam sua cultura material para transmitir mensagens e informações. Estas informações estão presentes, tanto nos objetos ritualísticos quanto nos objetos de uso domésticos.

Os objetos traduzem comportamentos, visões de mundo, valores tradicionais e identidade nos possibilitando uma melhor compreensão e uma leitura da cultura em que os mesmos estão inseridos.

Assim como as pinturas corporais, os desenhos do artesanato também estão inspirados na natureza.

O artesanato é algo central da vida. É por meio e partindo dele que podemos entender vários aspectos da organização do povo guarani Mbya.

Isto é, as relações entre homens e mulheres, crianças e adultos até indivíduos de uma aldeia com aldeias diferentes e diferenças entre indígenas e a sociedade branca.

Através do artesanato que adquirimos conhecimentos sobre o tempo, as fases da lua, o período adequado para colher a matéria prima da mata e o tempo de secar, de trançar ou de preparar para a confecção artesanal.

O PETYNGUA (Cachimbo Sagrado)

O petynguá é feito de argila. Mas também pode ser feito de madeira ou do nó de pinho.

Em algumas aldeias, ele é feito de argila e só o líder espiritual usa na casa de reza (OPY).

No petynguá, também tem desenhos que representam os animais, como: a
borboleta, os pássaros, a onça, a tartaruga e o peixe.

O petyguá é um objeto sagrado para os guarani. Através dele, os guarani se concentram para comunicar-se com Nhe’e (ALMA-PALAVRA).

No Petynguá, são utilizados fumos de corda que produz o TATAXINA (fumaça Sagrada).

Ela é a manifestação da divindade através do Karaí. Possibilita, por meio da
concentração, a conexão com o Divino, aos índios e seres imperfeitos.

O TATAXINA, por meio de momentos cerimoniais, dá aos indígenas condições do estado do universo em todos os aspectos.

Pois ele é utilizado para curar doenças espirituais, nos rituais da colheita, nas cerimônias e quando o Karai vai dar nome à uma criança e também quando as pessoas procuram o Karai.

O Petynguá e o Karai são elementos fundamentais dentro de uma aldeia. É através desses dois elementos que é possível ter um contato direto com Nhanderu (DEUS).

“Acreditamos que a fumaça que sai do cachimbo se transforma em nuvem do céu”.

CESTO E O BALAIO (Ajaká)

Antigamente, o cesto era utilizado pelas mulheres para carregar as sementes de milho tradicional e também para carregar as crianças.

“Nhanderu nos ensinou a trançar para que pudéssemos carregar as sementes de milho sagrado e também as crianças.

E aos homens deu o arco e a flecha para caçar, para poder viver na floresta. As histórias dos antigos contam como tudo isso aconteceu. O artesanato era sagrado”

(Cacique Verá Mirim).

O cesto está no princípio da criação do homem, que dele provém. Ele é um recipiente, significa um receptor pronto para receber os propósitos de Nhanderu (Deus).

A palha trançada é o princípio mítico dos Guarani. As tranças dos cestos têm um nome e um significado especial.

Um tipo é chamado de Iparaxyry, que significa o caminho que os
Guarani fazem quando visitam ou mudam de aldeia.

As pessoas que recebem os visitantes ficam em fila uma atrás da outra. O balaio é umas das artes mais importantes na cultura guarani.

Significa várias direções do pensamento; é um instrumento de cura para pessoas que precisam de terapia.

Os balaios que têm desenhos significam AMOR e aqueles que não têm significa PAZ.

Por exemplo, o balaio que tem o símbolo da borboleta da cobra caninana (Nhocaninã), significa amizade ou relação de amizades com outras famílias.

O balaio em si serve para carregar os alimentos e o trançado de desenhos que representa a pele de cobras, simboliza proteção dos alimentos que estão dentro da cesta.

O PAU DE CHUVA (Oky Ra´anga)

O pau de chuva tem um poder terapêutico:

“Quando uma pessoa está aborrecida com alguma coisa, se precisa relaxar, utiliza o pau de chuva que se consegue tranquilizar”

(Sérgio, educador mbyá).

Os desenhos feitos no pau de chuva estão ligados à natureza, aos animais e a caça.

Os que parecem estrelas é a marca das caças realizadas e significa uma forma de contagem.

Os principais desenhos encontrados no pau de chuva são: da cobra coral (Mboi Pytã), da cobra jararaca (mboi para) e o desenho de asterisco é o que representa as caças conseguidas, é uma homenagem aos homens da aldeia que conseguem trazer da mata o animal abatido para seu consumo.

Hoje, já são feitos desenhos do estilo Taanga que não tem significado sagrado, pois são feitos para comercializar para os não-indígenas.

Então, o artesão já desenha e pinta com 16 tintas coloridas e faz desenhos diversos para chamar a atenção, já que os Juruá não entendem sobre a simbologia e a história Guarani.

COLARES (Mboy)

Os colares são confeccionados pelas mulheres. Elas utilizam sementes e miçangas.

Os colares feitos de sementes servem para se distinguir de outros grupos. Eles significam proteção e fortalecimento do espírito.

As sementes são elementos sagrados para o povo guarani. As miçangas são compradas na cidade e servem para fazer colares para uso próprio ou
para vender.

Com as miçangas, as artesãs criam os mais variados tipos de desenhos.
Como os grafismos tradicionais já conhecidos, também nomes de times do coração, nomes em guarani e português.

São representados os animais e as flores e outros objetos simbólicos, como: o sol, as estrelas e corações.

Os colares feito de sementes são elementos sagrados e é tradicional guarani. Alguns são consagrados pelos Karai.

Então, esse é dado para a pessoa que vai viajar e visitar seus parentes longe da aldeia.

Esse colar vai proteger a pessoa durante a viagem para que nada de mal lhe aconteça.

Escultura em Madeira

ʺA história do surgimento dos bichinhos de madeira, segundo seu João Acosta, surgiu há uns 30 anos mais ou menos.

Aconteceu em uma aldeia guarani, havia um casal que tinha um filho e essa criança chorava muito e os pais não sabiam o que fazer para agradá-lo.

Então, um dia, o pai teve uma ideia de inventar um brinquedo com a cera de abelha.

Assim a criança se acalmou. Mas isso durou pouco, pois no sol, o brinquedo se derreteu.

Depois o pai teve a ideia de fazer um bichinho de madeira e ele fez. Esse
brinquedo ficou com a criança por muito tempo e assim esse pai foi fazendo bichinhos de todos os tamanhos e formas para seu filho.

Com o passar do tempo, o pessoal de fora ficou sabendo e ficaram interessados de comprar, por isso hoje os guarani fazem ou produzem para comercializar.̏

Artesanato em madeira pirogravada mostra a relação do guarani com a natureza (o natural) e o sobrenatural.

Os animais esculpidos pertencem aos bichinhos que moram nas terras férteis, nos rios e nas matas e retratam os animais que vivem e dependem da floresta.

Eles sempre serviram de alimento para o corpo e para o espírito guarani. Os
bichinhos de madeira simbolizam o modo de viver e a relação da comunidade com os seres da natureza.

Por exemplo: “a corujinha”, significa o fortalecimento, a direção e o
respeito.

Grafismo e Sua Representação

A importância da forma associada à ergonomia da natureza vem sendo aperfeiçoada a cada ano.

Esses artefatos têm a função de integrar a beleza ao sagrado. Símbolos, que foram sagrados para nossos ancestrais, nunca serão modificados, apenas
está sendo recriada ou reproduzida.

Isso, porque, nossos jovens e crianças precisam conhecer para que não deixam de lado os nossos valores tradicionais.

A simbologia inserida no grafismo e no artefato não só transmite a tradição que vem sendo passado de geração em geração, como também de comunicar a comunidade envolvente través de uma mensagem simbólica.

Por exemplo, o Petyngua (cachimbo) trás consigo diversas informações, significados e o sagrado, pois é um objeto de cura de doenças espirituais.

O grafismo não é apenas para representar algo do objeto fisicamente, ou seja, uma simples decoração vai muito além disso.

Eles têm a função de informar às pessoas que não conhecem a sua história cultural, religiosa, ritos e mitos.

Ao trançarem os cestos, os guarani, transformam o elemento morte em elemento vida.

Ao conferirem a esses cestos uma utilização sagrada, eles estão devolvendo a vida sua pureza original.

Eles estão elevando a morte à dimensão da vida. Os três desenhos básicos representam formas diferentes: o Ypara Korá apresenta várias
formas geométricas encontradas no corpo das cobras, o Ypara Jaxá representa as correntes e é em forma de linhas retas, e o Ypara Ixy representa os movimentos das cobras em forma de zigue-zague.

Em algumas comunidades, além das artesãs utilizarem esses padrões de desenhos básicos, elas fazem outros desenhos como: o padrão borboleta, o padrão coração, o padrão arredondado ou figura circular, desenho reto, em fileira dobrada, torcido em forma de “S”, desenho da pele da cobra cascavel, padrão Vida longa, desenho da cobra coral.

Ás vezes, alguns Guarani fazem outros desenhos para vender. Então, varia desde o tamanho, o formato e o grafismo preferido ou quando alguém encomenda.

Muitos vão para outras aldeias para visitar parentes e aprendem desenhos diferentes.

Tiram fotos ou levam para servir de referência para desenhar na cestaria.
Isso não só acontece com a cestaria, mas com a confecção de colares, sempre que saem e voltam para aldeia, chegam com novidades com novos desenhos, diferentes grafismos, novas ideias e desenvolvendo suas criatividades.

Grafismo e Cestaria

Na visão não indígena, o grafismo é simplesmente entendido como uma linguagem visual, isto é, para eles representa somente a beleza e decoração.

Isso por que não conhecem que nele está uma rica e diversa sabedoria e conhecimentos dos nossos anciões.

A cestaria, hoje, continua sendo umas das principais marcas culturais dos Mbya.

Mantendo seus três desenhos básicos e outros que foram sendo inventados
posteriormente.

O grafismo da cestaria está carregado de representações simbólicas, relacionadas com a natureza e com o sagrado.

A confecção de cestos em taquara recebe tramas ou desenhos geométricos. As mais escuras são obtidas do uso do cipó Imbé, e as mais claras, amarelas e vermelhas, são obtidas com o uso do tingimento ou pinturas de tiras do
material com tintas naturais.

ALDEIA GENGIBRE – Os grafismos usados nas cestarias e seus significados

Ypará Korá

Desenhos fechados, quadrados, em forma de losango ou redondo. Significa a casa e as portas que sempre estão abertas para os parentes de outras aldeias que vem visitar ou em busca de cura para a enfermidade.

IPARA TANAMBI PEPO

O ajaká com o DESENHO da asa da popo – mariposa significa o respeito e agradecimento a liberdade, pois a borboleta sempre está a voar
livremente e o guarani fica feliz quando ela voa em volta de sua casa.

Trajetória Guarani

Esse grafismo significa a trajetória que os guarani fazem, pois para os guarani não existem fronteiras e eles são livres, quando saem de uma aldeia para outra, podem voltar a hora que quiserem.

Padrão cobra coral (Mboi Pytã – Cobra Vermelha)

Significa proteção. É a malha da cobra coral e balaio com esse grafismo, segundo a mitologia, protege os alimentos que estão dentro dele.

Padrão Coração (Py’a Tytya – Batida do Coração)

Quando alguém da aldeia está com problemas no coração, é feito um cesto com esse desenho.

Quando o enfermo é levado na casa reza, ele é presenteado com esse cesto,
que possui em seu interior o pão sagrado, as frutas e o mel, que o mesmo leva para a cerimônia de cura.

Padrão cobra Jararaca (Mboi – Cobra Grande)

Esse grafismo é chamado de Vida Longa (Teko Puku). Um balaio feito com esse grafismo é oferecido para a pessoa com desejo que ela tenha uma vida longa, ou seja, viva por muito tempo ou muitos anos.

IPARA RYXYKARÉ

Traços retos, em fileiras duplas em forma de S. Balaio com
esse grafismo é um agradecimento a Nhanderu pelas águas e fontes que existem na aldeia.

Ele significa o leito dos rios.

Conclusão

O artesanato é muito importante na cultura guarani e possui um significado muito especial para o povo Guarani.

Tudo vem de uma história que aconteceu no passado. E os Guarani tem uma crença muito forte nas palavras dos karai (pajé), por isso
acreditam que se não ouvirem os conselhos dos mais velhos, podem sofrer
graves consequências.

Para eles, tudo é sagrado, tudo provém de Nhanderu, dizem os
mais velhos tudo que sabem fazer, no caso, os artesanatos foi Deus que os ensinou.

No passado, o artesanato era feito basicamente para uso próprio. Hoje, numa situação de necessidade, a maioria das famílias confecciona-o para vender, principalmente aquelas que moram em acampamentos e nas aldeias próximas às cidades.

O artesanato conta um pouco da história, já que traduz em seus desenhos  e suas formas artísticas esse mundo místico que, em geral, existe na mentalidade indígena, em suas memórias ancestrais, em sua oralidade, mas que é o motor que faz esse povo continuar vivos e atuantes.

Com relação aos significados e o sagrado, todos os objetos transmitem mensagens simbólicas.

Onde há sentimentos, conhecimentos, sabedorias e visão de mundo
relacionado a Nhanderu e a natureza.

Esta visão que vai muito além da beleza física de um objeto, diferente do que vemos na visão ocidental.

Cada grafismo desenhado nos objetos parte de uma visão relacionada à natureza e que busca preservar e manter as raízes tradicionais, que vai passando de geração em geração.

Esta é a forma de registrar as memórias e os conhecimentos dos mais velhos e o respeito às essas sabedorias que os jovens de hoje já não sabem e não praticam mais esses saberes artesanais.



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