quanto eu!
um dia vou voltar. eu sei, um dia. fazem-me falta as ondas azuis da minha terra. fazem-me falta as gentes absurdamente alegres e pobres. tudo faz. até ele. ele já me faz falta.
mas nada volta atrás no tempo, nada. envelheci por dentro. aprendi-me melhor. ainda me conheceria menos agora, o Jaime.
pois se nem deu pelos sinais. nem viu como me ficava na postura de flamingo, como ele próprio lhe chamara, horas a fio. não viu que estava triste. que não podia viver fechada naquele casulo de amor. apertado. secreto.
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não sou nada secreta. nasci e cresci solta. preciso disso. como é que ele não viu?!
quis-me só para si e assim nos perdemos um do outro. não tem retorno já. foi com as vagas o nosso amor, como o foram os castelos que deixámos na praia.
chega de pieguices. vou ficar nesta estação, comer alguma coisa e telefonar. estranho sempre que me perco em memórias. estranho sempre.
ligo e pergunto só: está tudo bem? desligo e acabou. a vida é onde eu estiver mas não para trás.